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Rosas ou jarros com tinto ?

Há mulheres (poucas) que apreciam mais um ramo de jarros com os talos presos em papel de alumínio do que um bouquet de rosas.

Maria Emília era uma dessas raríssimas mulheres. Desde muito jovem que parava em quintais, espreitava pelas portas, percorria terrenos abandonados para admirar os jarros.

Sempre que lhe era possível, colhia três ou quatro jarros e, delicadamente, enfeitava a sua sala. Dava-lhe um ar primaveril, fresco, muito agradável.

As rosas irritavam-na. São uma flor que não tem “identidade” própria. Tanto servem para casamentos, batizados, funerais, declarações de amor, amizade ou quando se tem falta de imaginação para oferecer uma lembrança.

Maria Emília não se deslumbrava com facilidade. Detestava lugares comuns e tudo o que era moda.

É uma mulher que vai directamente à fonte, seja ela de mármore, pedro, ferro, azulejo.

Se tiver jarros, acompanha com um copo de tinto.

quequeàsextafeira



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