PDI

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O papel da entrada era verde e dourado decorado com renas. Tornava o espaço sóbrio e ao mesmo tempo alternativo. A idade permite–lhe viajar no calendário (de um ano civil). Os amores de Verão já só o levavam à lembrança do Algarve. À falta de libido, adrenalina, o Verão era passado na Serra da Estrela. Troca o namoro das gaivotas pelo poder da erva carqueja. Troca as mariscadas e as “broas” de imperiais por uma broa de pão de milho com queijo da Serra.

Aprecia o belo. Vomita o fútil. Já mal toca guitarra. Os chocalhos dos rebanhos soam mais prazerosos. A melodia é outra.

No inverno faz praia. Não há
barraquinhas para o deter. Primos eufóricos para jogar voleibol. Tias a questionar a boa forma física do passado. A praia não acaba com o verão. O gelo conserva melhor do que o sal.

Já não está para cenários femininos muito recambolescos. Preparados e tecidos pelo carnaval. Já fora a Las Vegas e Hollywood. Nessa época, delicia-se, é com um cesto de fruta fresca, de Torres Vedras.

Por vezes, navega entre o verde e o maduro. Tem a esperança de vida de uma bola de sabão. Asas de borboleta e rugir de leão. Não é só poesia. É Verso e PDI. Autor:quequeasextafeira

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