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Era toda lava

Foram anos a cantar-te em noites Karaokê. Não era a minha voz que impressionava, mas a postura eloquente, libidinosa, sedutora… como caracterizava um bom amigo. Eu cantava só para ti. O sonho de que fala a canção eu transformava em realidade. Sentia-te cá dentro, os movimentos do meu corpo denunciavam-te. Muitos queriam estar na tua pele para acariciarem a minha. Percorrendo-a como se ela fosse um sabonete suave, com aroma do Índico. O verso “Te digo : Te amo” era a erupção. A “lava” que por mim escorria era causadora de uma duradoura emoção explosiva, contagiante. Quanto ao sentimento guardava só para mim e para ti. Foram momentos muito intensos que recordo com agrado e carinho. Hoje, sou invadida por essa canção, sim, porque ali dentro nunca ninguém entrou. Sorrio, delicio-me e olho para ti (naturalmente) como se tu te lembrasses! Agora estou na Isla Bonita, no São Pedro, contigo, the samba plays, pero el vestido no me cabe más…

quequeasextafeira

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Vão-se procriar

Eu bem vos mando ir fazer o que vos falta, mas nem isso vos excita. Estão focados em vós próprios, nos vossos caprichos, na masturbação do ego. Só conseguem esse bem/mal-estar porque há alguém por trás que não vos deixa cair. Respingos do vosso ego até me fazem rir de tão diluídos que são. Esta espécie vive da ideia do que os outros vêem nela. Esmera-se materialmente, sentindo-se o rei da selva (quando nem sequer chega ao calcanhar de uma gazela). Convence-se que nunca será esquecida, ficará como um marco, por onde quer que passe. Não falando do que nada tem que ver com o género das pessoas emocionalmente autossuficientes. Viver de ideias é nunca sair do mesmo lugar, por muitas viagens feitas à volta do mundo. Deste comportamento vive esta espécie de homem falhado, rancoroso, mesquinho… Eu quero é que vocês se f#d&.

quequeasextafeira

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Creio no Amor e um Iglu

As pessoas que se conhecem muito bem conseguem entender, em determinados momentos, a linguagem corporal e expressões faciais do outro. Contudo, isto não significa que tenham uma grande cumplicidade. Este tipo de comportamento entre pessoas que são íntimas é muito comum. O nosso caso é diferente, a cumplicidade que nos envolve não se encaixa na definição de amor, amizade, paixão. Somos mais do que isso, estamos muito para além das meras definições mortais. Ainda não descodifico alguns códigos teus, mas leio nos teus olhos (quando me vês perdida) que me acolhes como uma menina. Sei que lês, no meu olhar, o meu respirar, pulsar, manias, insanidades, desejos, etc. Afinal, temos segredos espalhados pelo chão, colocados nas prateleiras, refletidos no espelho, ditos nos silêncios. As palavras são absolutamente desnecessárias entre nós, são ditas tantas coisas, olhos nos olhos. Esse modo profundo, inqualificável, de comunicarmos, faz com que ocupes um dos lugares mais belos no meu coração. Desde sempre e para sempre. Saber que, no meio de uma multidão, o nosso olhar se cruza e fala de cumplicidade e lealdade, sem que ninguém se aperceba de nada, é acreditar no Amor e um Iglu. É sexta-feira, vamos tomar vodka ?

quequeasextafeira

Cumplicidade
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Como comprar morangos na praça

Hoje,interrompeste-me o sono entrando no meu sonho. Não gosto nada quando fazes isso, ainda por cima, tens o condão de fazer tudo tal qual como na vida real. Obrigas- me a acordar de madrugada, a passar o dia contigo e, um dia mais tarde, voltas à minha lembrança com este sonho erótico. Sim, o sonho é fundamentalmente erótico. Não tem nada a ver com amizade (tu nem és meu amigo), com amor (eu não te amo embora precise de ti ),com paixão (dizem-me que já estive apoixanda,mas não estou certa disso), portanto é só mesmo erotismo.

O sonho acontece no lugar de sempre nem o cenário muda. Apenas se passa de um compartimento a outro com elegância e aparente naturalidade. Só quando dou conta do barulho da porta de entrada a fechar é que percebo que estamos sós. Aí, fico na expectativa e o meu coração dispara, fico sem norte, é um contrassenso, eu sei. O que sempre procuro em ti e me dás sem nunca falhares é o norte. Como sabes que fico nesse estado não perdes tempo. Suavemente, tocas no meu fio e sinto a ponta do teu polegar no meu colo. Fico em segurança. Confio em ti. De seguida, agarras-me os braços com firmeza, e eu começo a andar à volta do Mundo, torna-se tudo instintivo. Quero lá saber para que ponto cardeal estou virada. Esqueço-me de tudo o que representas. Sinto o acto como um acerto de contas uma espécie de balanço. Sim, porque na vida também há uma matemática.

Ambos, abandonamos o sonho após o seu auge, não ficou nada por satisfazer. Teve toda a grandiosidade,espectáculo, perigo, brutalidade e beleza, de um acasalamento na selva. O equilíbrio é fundamental na natureza e na vida para o bem e para o mal. É como comprar morangos na praça. A vendedora equilibra a balança para não te dar a mais nem a menos daquilo que necessitas. Eu bem sei, o preço e o peso do longo caminho para o equilíbrio emocional. Não posso dizer que, permanentemente, tenha uma postura equilibrada, mas já a consigo ter na maioria das situações. Também tenho presente os limites.Escusas de me prevenir.

E volta tudo às sextas-feiras. Vamos tomar café e um queque ?

quequeasextafeira

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Tudo Puta

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No século XXI a mulher sabe procurar o sexo pelo acto em si.
Está-se nas tintas para o que os homens pensam dela.
Quer realizar fetiches, e o diabo a quatro. Sim, nesta equação,também pode entrar mais do que um parceiro!

O homem coitado acha-se o último macho do pacote.
O ego incha proporcionalmente ao resto.
Colhe os louros de uma prestação que julga ter orientado,no entanto, foi só e apenas manipulado.

Maioria das vezes, a mulher nem quer estar com ele, noutros contextos.
Se ele a contacta, ela só vai se lhe apetecer, normalmente, há mais um outro pacote.
Se for ela a chamá-lo, ele vem a correr, qual caniche com saudades da dona.

Isto não é o “vamos para a cama”, dos enamorados,apaixonados,amantes…
Até porque nunca é na cama, as variáveis são muitas e mais excitantes.

A mulher, hoje, é mais Pedro no branco.

Posto isto, para os…

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Cheque-mate à fibromialgia

Nem bates à porta, arrombas e vens direitinha a mim. Bates- me, bates-me, bates-me…já eu estou mais do que rendida e tu continuas a torturar-me.
Não deixas marcas, propositadamente, para me fazeres passar por maluquinha, fiteira, preguiçosa. És maquiavélica. Só me dás tréguas quando me pões a dormir, como fez a bruxa, com veneno, à Bela Adormecida.

Só que eu não tenho nenhum príncipe tão valente e eficaz.
Tiras-me minutos, horas, dias, meses de vida. Obrigas-me a drogar-me, mesmo sabendo que a droga não é milagrosa. Tentas iludir-me de má fé. 
Não mataste uma parte de mim, fizeste pior, deixaste essa parte em sofrimento, angústia, tristeza, desalento…Por várias vezes, te tenho estampada no rosto, não há maquilhagem que resolva, porque tu estás espelhada no meu olhar.
Atiraste-me para uma montanha russa com alguns loopings, os de sol e calor, trocaram-te as voltas. Sorrio, rio, convivo, passeio, leio, amo, enamoro-me, enfim… vivo! E não me alongo mais porque não é viver que custa, o que custa é viver contigo. 
Destruiste o meu pilar, aquele que aguentava tudo.

Sinto-me uma autêntica mulher-a-dias, o que, em parte, me obriga a uma disciplina e horário e finjo que trabalho, como todas as outras pessoas. Sempre trabalhei muito e era muito realizada.
Roubaste-me alguns bons amigos. Perdi-os para ti. Não me posso comprometer com encontros e falhar, como já aconteceu ao longo dos anos, porque tu apareces sem me avisares. E, no fim de tantos convites recusados, desistem de mim, até porque muitos não sabem que tu existes.
Como sabes, só meia dúzia de pessoas, sabe da nossa relação. Não te dou o gozo de terem pena de mim, de me olharem de outro modo que não aquele que estão habituadas. Por isso, prefiro ficar a sós contigo, lutanto, lutanto…caindo, levantando.
Há uma coisa que nunca estragaste nem estragarás, os momentos incríveis, inimagináveis, surpreendentes, de trementa felicidade. E como a vida é feita de pequenos/grandes momentos de felicidade, eu não perco nem um!
E é a colecção que tenho no coração desses momentos e dos que ainda estão para vir, que te reduz a zero. Eu não tenho medo de ti. 
Afinal de contas, eu faço-te um cheque-mate, cada vez que a felicidade me invade. Nunca te assumirei, nunca! Porque eu estou a construir a minha própria montanha russa, num lugar bem distante de ti.

Maria Emília.

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A ti, Professor, eu acuso.

A ti, professor, eu te acuso de :

. Nunca chegares atrasado

. Explicares a matéria as vezes que forem necessárias / tentares novas estratégias

. Chamares a atenção do meu filho quando está distraído

. Lhe limpares as lágrimas e desinfectares as feridas quando se magoa

. Dares um Be-nu-ron para a febre até eu chegar à escola

. O disciplinares e responsabilizares marcando faltas de material e de T.P.C.

. Me dares o teu email e responderes passado pouco tempo, independentemente, do dia, da hora que to envio

. Me deixares ir trabalhar descansada

. Jamais desistires do meu filho e de acreditares em cada nova geração

Finalmente, também te acuso de não desistires de lutar pela tua carreira.

#quequeasextafeira

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Branqueamento de sentimentos I

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Maria Emília tinha um vasto cadastro. Começou muito jovem no branqueamento de sentimentos e na fuga às emoções. Ao fim de um ano a mãe foi fazer queixa dela, como era menor, a penalização foi em regime aberto. Quando atingiu a maioridade, o seu comportamento piorou. Muitas vezes, sentia -se um trapo, mas tal como trapos são utilizados no fabrico de algum papel,também ela dava uma nova forma a algumas emoções. Sentia que caminhava sempre em cima de areias movediças, para se libertar dessa falta de firmeza, embriagava-se. Raramente a vi passar mal ou perder a lembrança de tudo o que fazia nessas longas noites,no entanto bebia muito, misturava bebidas e “entornava” xots. Gostava muito de desafiar o destino chegando mesmo a pôr em risco a sua própria vida. Espantosamente era uma profissional bem sucedida e muito zelosa dos seus entes mais próximos .

Maria Emília teve tudo aquilo que…

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Escrevo- te

Querido bloco,

Não posso nem ver-te …

Andas comigo para trás e para frente e nem coragem tenho para te abrir. Talvez tenha medo ou um bloqueio qualquer. Mas nem a ti te posso usar, desculpa.

Os pensamentos atropelam-se, passam por túneis e viadutos, mas vão sempre parar àquela imagem. Se eu soubesse desenhar era tudo mais fácil. O desenho vai directo ao destinatário é muito mais objectivo do que a escrita. Muitas vezes, diz mais do que meio metro de palavras.

E se eu tentasse pincelar as palavras, querido bloco ? ! Vou abrir -te …

Invejo as cores com que acordas e te deleitas ,ao final da tarde, a tomar um copo de vinho. Trocava o champanhe que uma vez tomei ao pequeno almoço,em modo teleponto, por um singelo café numa chávena da Tofa (oferecida por um qualquer distribuidor). Soubeste escolher a mais bela palete de cores para viver… da mais escura à mais clara. Criaste um paraíso sem precisares do arco íris. A escolha não é em vão, é fruto de toda a tua estória, mesmo quando fazes história. Sinto, essa paisagem, como um espelho de muitos sucessos e dos poucos insucessos (dos quais não tiveste culpa).

Na água encontra-se o reflexo dessas cores. Na minha vida, o sonho sempre fez parte da água e tu tens o que a água simboliza ao teu redor, por isso, sabes que nunca estás só. A mescla de cores que envolve o teu casulo é ” um excesso da natureza”. Sinto-te menos inatingível e misterioso, no meio de tantos fenómenos da natureza, do que naquele apartamento, que é decorado por ti, onde estás entranhado. Já tive um maior interesse e curiosidade pelo teu percurso amoroso do que o que tenho hoje em dia. Tenho a certeza que junto à margem, perto daquela árvore diferente, a teu lado e em silêncio, tinha todas as respostas, embora, na realidade, não sinta mais vontade de saber nada da tua vida. Só gostaria, respirar o mesmo ar que tu, lado a lado, nesse teu lugar, para sentir a insustentável leveza do ser.

Maria Emília