#erotismo, #paz, #tesao, Enamoramento, mar, poesia

Ouriço do mar

Quando o mar me invade, mais forte do que o estrondo que provoca na rocha, distrai-me. Leva-me para ondas nunca antes navegadas. Traz-me o silêncio e os seus aforismos. Não sei se quero ir ou ficar. Tanto faz dormir ou sonhar. Ele está no meu despertar, no meu poente, na tarde que me encosto ao mar. A majestosa gaivota passeia no muro mesmo à minha frente. Provoca-me. Põe a lua em leão. O coração foge-me para a maresia. És da família do mar. Do mar da Índia. Do meu mar… ondas se cruzam e cruzam e voltam a cruzar. Onde intercedo eu ? Talvez já tenha intercedido num segundo corajoso. Mas o meu relógio não é à prova de água. Nem eu sou à tua prova. Eu morro e renasço à sétima onda. A espuma acalenta o meu desejo. Bem podias ser um ouriço do mar…@quequeasextafeira

A espuma acalenta o meu desejo.

#erotismo, #tesao, sexo

Tentação

Maria procura desesperadamente o prazo de validade da tentação. Daquela tentação. É como um incêndio florestal. Cíclica. Revira a cama toda. Procura o fio dental. Arrancado de véspera. Deixou-se tentar. Permitir-se escolher. Puxou o Valete. Desfrutou. Abusou. Gozou. E. Adormece em copas. Autor quequeasextafeira

Adormece em copas.

#ilusão, #tesao, sexo, vinho

A ilusão é uma mesa posta

A ilusão é uma mesa posta. Uma garrafa de vinho e um velho transístor. A região demarcada do Douro e a Antena 1. A voz vinda da rádio e o som de cada gole de vinho.

A desilusão é não perder o juízo. Variedade de frutos espalhados na mesa. Mesa posta. Sexualmente rica e variada. A sonoridade da voz em perfeita sintonia com os frutos vaginais.

“Obviamente”. Ouve-se vindo do transístor. Chega o julgamento. Ostras postas na mesa. Em onda hertziana. Aparece o médico hermafrodito. Do vinho a garrafa. Sentença. “Mesa posta com pastéis de bacalhau”. Mas que ilusão é a nossa ? quequeasextafeira

A desilusão é não perder o juízo

#destino, #tesao, Relações entre pares.

Drogue-me, então…

Os dois não crêm no destino. Também não precisam. É completamente irrelevante. Passam a “Patra”, o Século e a Pandemia. Onde é que já não vai o destino! O tempo voou. Como tinha de voar. Nem mais nem menos. Ambos, não são como os pombos. São livres. Porém, padecem da liberdade dos afetos. A mulher, por vezes, sente uma súbita vontade de o puxar para si. Assim, de repente, como se acordasse de uma anestesia. Prepara-se para a fuga. Qual leoa! Sem se acobardar, sem duvidar, sem hesitar. Se o destino fosse uma realidade, não fugia. O predestinado, para ambos, nunca, seria posicionarem-se em simetria. Como não creem no fado, a mulher, não deixa a tesão em casa alheia. Drogue-me, então…

A vida só vale pela vida. Por mais nada. quequeasextafeira

A vida só vale pela vida