Amantes, vinho

Hey – Branco ou Tinto ?

– Hey ! Aquela interjeição apanha-me de costas. Era a minha cruz. Leve. De ráfia como a minha sacola. O timbre daquela voz. Há muito. Não a ouvia nascer assim. Sol. A diferença estava na respiração. Apenas. As falas eram sempre em monóxido de carbono. Aqui, respira-se vinha. Fala-se em oxigénio. Podia ter me interpelado com um: “Uva”. Estamos a 165 metros de altitude. Sinto o vulcão ativo. Gota a gota saboreio a expiração. Do H. Do E. Do Y. Descubro o silêncio dos anos cinquenta. “Hey!”. Vindo daquele corpo?! Extraordinariamente extravagante… Bebo vinho pelo xisto. Provocatoria(mente) digo: – Património Imaterial da Humanidade.
-Ahahah. Noviça. Muito bem!
Quer vindimar comigo. Hum… Videiras infindáveis. Escolho um socalco. Branco ou tinto? Não pergunto. O melhor vinho é o que vai para o convento. Segue-me. No lagar pisamos as uvas. O aroma aguça o apetite. Sugiro irmos para a pipa. – Hey ! Autor.quequeasextafeira

Do H. Do E. Do Y.

#ilusão, #tesao, sexo, vinho

A ilusão é uma mesa posta

A ilusão é uma mesa posta. Uma garrafa de vinho e um velho transístor. A região demarcada do Douro e a Antena 1. A voz vinda da rádio e o som de cada gole de vinho.

A desilusão é não perder o juízo. Variedade de frutos espalhados na mesa. Mesa posta. Sexualmente rica e variada. A sonoridade da voz em perfeita sintonia com os frutos vaginais.

“Obviamente”. Ouve-se vindo do transístor. Chega o julgamento. Ostras postas na mesa. Em onda hertziana. Aparece o médico hermafrodito. Do vinho a garrafa. Sentença. “Mesa posta com pastéis de bacalhau”. Mas que ilusão é a nossa ? quequeasextafeira

A desilusão é não perder o juízo