José Mário Branco, Sem categoria

José Mário Branco, o prazer é meu.

Um homem lunar que rasgou a alma através da música. Tendo tido a superioridade intelectual de perceber que a música, para além de uma arma, era o colo da Mãe. Um homem que se sentiu só na tentativa de mudar este retângulo, embora ouvisse bem os aplausos. Era de uma generosidade ímpar. Dava-se aos outros até ao último pingo de suor. Mas ele era um trinco de três trancas. Tinha medo do medo, da felicidade e da morte. Sensível, solidário, combatente, patriota, gentil, inconformado e triste. Parte hoje para longe de nós, com cantos de guitarra e flores vermelhas, como tantas vezes cantou. Quando finalmente podia descobrir o amor, morre precocemente. A travessia valeu a pena porque tocou em todos os corações com quem se cruzou, através da canção ou pessoalmente. Que agora na hora da morte, antes de descer à terra, colha finalmente o amor que semeou, entre os presentes e os ausentes.

José Mário Branco, cheguei no dia da sua partida, para o conhecer. Como vê, a si, a morte não lhe leva a vida. Escusava de ter tido tanto medo. Não, o prazer é todo meu. Vá em paz e que o Amor o acompanhe. Adeus. quequeasextafeira

Sem categoria

Um cravo pelos meus pensamentos Andas triste, estás triste e não encontras nada que te satisfaça. Não queres falar, não queres sair… Mas, enquanto o teu coração bate, há flores a brotar, rios a correr, animais a procriar, há o nascente, o poente… Sei que queres a paz do campo, apreciar o poente( saboreando um pão rústico com manteiga artesanal) e duas dúzias de cravos num copo de vinho. Lá por que nunca recebeste nem deste cravos a ninguém, experimenta! É esse o encanto da vida, procurar dentro de ti, outras formas de te sentires feliz, sem esperar nada dos outros. Queres partilhar, partilha! Neste caso, sabes que é como se nunca o tivesses feito, porque só tu conheces a emoção e o sentimento que os cravos gentilmente transportam. Nada é igual a nada. Os cravos só chegam a quem genuinamente os entende. É sexta-feira, tenho um craveiro à minha espera, numa água-furtada. quequeasextafeira