– Hey ! Aquela interjeição apanha-me de costas. Era a minha cruz. Leve. De ráfia como a minha sacola. O timbre daquela voz. Há muito. Não a ouvia nascer assim. Sol. A diferença estava na respiração. Apenas. As falas eram sempre em monóxido de carbono. Aqui, respira-se vinha. Fala-se em oxigénio. Podia ter me interpelado com um: “Uva”. Estamos a 165 metros de altitude. Sinto o vulcão ativo. Gota a gota saboreio a expiração. Do H. Do E. Do Y. Descubro o silêncio dos anos cinquenta. “Hey!”. Vindo daquele corpo?! Extraordinariamente extravagante… Bebo vinho pelo xisto. Provocatoria(mente) digo: – Património Imaterial da Humanidade.
-Ahahah. Noviça. Muito bem!
Quer vindimar comigo. Hum… Videiras infindáveis. Escolho um socalco. Branco ou tinto? Não pergunto. O melhor vinho é o que vai para o convento. Segue-me. No lagar pisamos as uvas. O aroma aguça o apetite. Sugiro irmos para a pipa. – Hey ! Autor.quequeasextafeira




